Porque, quando atingimos certas idades ou épocas da vida, não podemos mais gostar disso ou aquilo?
Porque tudo muda?
Onde vai parar aquela velha inocência e grandeza no olhar, no gesto, no toque, no simples sonhar?
Porque as pessoas mudam, o mundo muda, a visão de tudo muda?
Fato é que as coisas se tornam realistas, tudo o que vemos realmente é aquilo que vemos, tão triste como a tal realidade.
Crescemos, nos tornamos adultos (chatos) e deixamos quase 100% de nossos sonhos e magias para colocar no lugar coisas inúteis ou supérfluas, como ambições, tristezas, invejas ou maldades, e principalmente preconceitos.
Pare e pense: porque não posso mais fazer isto, ou aquilo, que me faz tão bem e me traz tanta alegria? Porque não sou tão jovem, ou simplesmente, porque ninguém na mesma idade não faz?
Na real, qual o problema de se viver intensamente cada momento, independentemente deste momento?
Quem foi que disse que isso e aquilo não podem ser assim ou daquele jeito?
Porque o “ser humano” insiste em ser “ser humano”?
Me magoa saber que tudo é assim tão “nu e cru”...
Às vezes observo como as pessoas são ridiculamente coisas, ou objetivos, movidos por uma força maior que atrai apenas coisas e mais coisas.
Mas para que tudo isso vale à pena?
As pessoas correm a vida toda atrás de coisas tão tolas, e se esquecem que o que faz realmente a vida ser vida, o que realmente as fazem bem, felizes, estão nelas mesmas.
Olhe a sua volta. O que você tem? O que você conquistou? Para que serve isso em suas mãos? Porque algo tão pequeno satisfaz tanto suas vontades? Dinheiro? Marcas? Status? Posições? Superioridade?
Nada disso basta.
A sociedade é dona do ser mais inferior existente no mundo: o próprio ser.
Ter consciência disso só traz à realidade a verdade.
Lamentações a parte, tenho um pouco de nojo dos seres, onde preferia ser como um pequeno animal, em um antigo quadrinho, cuja a função no mundo é apenas observar e observar.
Hoje, ontem, e por um pequeno (ou grande) espaço de tempo, tenho percebido que o mundo, cada vez mais, se torna dês-mundo.
E ainda me pergunto: porque não posso fazer isso assim, do jeito que eu gosto?
Assisto, ouço e vibro, sonho e imagino, algo muito além do “isso”, “aquilo”, ou “eu quero...” ou sei lá o que...
Pensar (às vezes) enlouquece.
Mas do que importa tudo?
Nada. Assim como o próprio ser.
{...}
Gostaria de poder mudar muitas coisas no meu hoje, e no meu amanhã; mas me sinto um pouco incapaz no momento.
Quero respirar fundo, sentir aquelas velhas sensações que me dão inteiro prazer em viver, e que me enchem de esperanças e coragem para enfrentar esse mundo a fora, que de tão nojento se torna inútil.
Hoje, tenho prioridades em minha vida, e coisas que me fazem sorrir instantaneamente.
Você. Eu. Nós...
Sempre. Isto é fato.
Amo isso. Apenas. E (de certa forma) odeio o resto.
E ponto.
“Às vezes as palavras se tornam um tanto duras,
mas não tanto quanto a realidade."